segunda-feira, 7 de abril de 2008

O Aborto segundo a visão espírita

Texto retirado do site oficial da ADEP - Associação de Divulgadores de Espiritismo em Portugal


A doutrina espírita, ou espiritismo, defende a vida humana de forma ampla, apontando como um erro a opção de abortar. A grande fonte doutrinária que suporta esta ideia é a obra de Allan Kardec, editada em 1.ª edição em paris, França, em meados do século XIX, intitulada «O Livro dos Espíritos».

Nesta obra, apenas se admite como sensato o aborto provocado para salvar a vida da mãe, uma vez que é justo assegurar uma vida que já existe em desfavor de uma que é incipiente naquela altura. Para a doutrina espírita, distanciada de uma visão artificial, mecanicista, da vida, o feto não é um mero amontoado de reacções bioquímicas em cadeia, susceptível de ser anulado em qualquer altura por um qualquer motivo. Na óptica espírita, o feto é a materialização de um regresso à materialidade das formas de um ser imortal, o Espírito. A preparação da sua vinda — chamada de reencarnação — começa antes mesmo da fecundação. Contudo, é a partir desse momento que se estabelece a ligação do Espírito ao corpo de uma forma progressiva. A interrupção deste processo levanta diversos problemas, desde traumas de rejeição à carência de situações de reajuste entre uns e outros, conforme a literatura espírita aborda sobejamente por via mediúnica. Uma interpretação do momento que se atravessa em Portugal é esta: mais importante do que o quadro legal existente em dado momento da história, proibitivo ou não, é a consciência de que quem não quer ter (mais) filhos deve ser responsável e precaver-se com os métodos anticoncepcionais adequados. A vida humana é um assunto demasiado sério para ser tratado como um erro vulgar.

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